quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Predação de pinus por macaco-prego


Durante a realização de uma vistoria em uma propriedade no município de Protásio Alves, RS, próximo a Nova Prata, foi registrada a predação de Pinus taeda pelo macaco-prego Cebus nigritus (Goldfuss, 1809).

A predação, tanto em Pinus spp. como em Araucaria angustifolia, pelo macaco-prego, caracteriza-se pela retirada do súber da árvore em sua porção superior. Isto é realizado com o auxílio das patas dianteiras e dentes do animal, prejudicando a condução de nutrientes para a parte superior da planta, o que leva ao apodrecimento e posterior queda desta região. Essa predação pode levar ainda à morte da árvore ou à perda de incremento anual, devido aos danos causados (KOEHLER & FIRKOWSKI, 1996 apud CARVALHO, 2007).

Segundo ROCHA (2000), Cebus nigritus é uma espécie com alto poder de adaptação, e que a escassez de recursos naturais pode ser um dos fatores que está influenciando diretamente no aumento da predação em Pinus spp., o que forçaria os animais a procurarem uma nova fonte de alimento.

No Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul (FONTANA et al., 2003), Cebus nigritus consta com status indefinido por insuficiência de dados, visto que não se sabe a atual distribuição da espécie no Estado.

Além do macaco-prego, temos duas espécies de bugios no RS, o bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) no nordeste do Estado e o bugio-preto (Alouatta caraya) no oeste do RS. Ambos primatas estão vulneráveis à extinção no RS, situação agravada pelas mortes por febre amarela no ano corrente.


Juliana Nascimento Martins - Bióloga



Referências Bibliográficas:

FONTANA, C. S., G. A. Bencke e R. E. Reis (2003) Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS.

CARVALHO, D. R. J. de. 2008. Predaçăo em Pinus spp. por Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) (Primates; Cebidae) na Regiăo Nordeste do Paraná - Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.

ROCHA, V.J. 2000. Macaco-prego, como controlar esta nova praga florestal? Floresta, Curitiba, 30 (1-2): 95-99.

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